Centenas de milhões de pessoas passam fome enquanto os recursos que poderiam ser usados para os ajudar são sugados por multimilionários. É assim que a diretora da ONG Oxfam se refere, no que toca aoaumento das desigualdades a nível mundial.
Os mais ricos já possuem mais riqueza do que os restantes 99% e os 62 mais ricos já detêm tanta riqueza como 3,5 mil milhões de pessoas, metade da população mundial.
Ao longo dos últimos cinco anos, o nível de aumento da riqueza dos que estão no topo teve correspondência com o nível de empobrecimento dos que estão na metade inferior da escala.
“A preocupação dos líderes mundiais sobre a escalada da crise das desigualdades ainda não se traduziu até agora em medidas concretas – o mundo tornou-se um sítio muito mais desigual e essa tendência tem estado a acelerar”, refere Winnie Byanima, diretora da Oxfam.
Nos últimos doze meses, o fosso entre os mais ricos e o resto da população aumentou “de forma dramática”, indica relatório da ONG.
Cerca de 7 biliões de euros da riqueza de particulares encontra-se em paraísos fiscais e caso fossem taxados fora dessas offshores gerariam mais 174 mil milhões de receitas fiscais anuais, estima Gabriel Zucman, professor assistente da Universidade da Califórnia, Berkeley.
Cerca de 30% de toda a riqueza financeira de África encontra-se em paraísos fiscais, levando a perda anual 13 mil milhões de receitas fiscais, indica a Oxfam, com base nos estudos de Zucman. Dinheiro suficiente para pagar os cuidados de saúde que poderiam salvar anualmente as vidas de quatro milhões de crianças e para pagar a professores que dariam aulas a todas as crianças do continente, indicam ainda as estimativas apresentadas relatório.
“As multinacionais e elites abastadas estão a jogar com regras diferentes de todos os outros, recusando-se a pagar os impostos que a sociedade precisa para funcionar. O facto de 188 das 201 maiores empresas terem presença em pelo menos um paraíso fiscal mostra que é tempo de agir”, salienta Byanima.
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Os dados mostram ainda que o número de pessoas a viver em extrema pobreza diminuiu em 650 milhões desde 1991, apesar da população mundial ter aumentando 2000 milhões nesse período.