Num documento interno, que o AbrilAbril acessou, o Pingo Doce pede aos trabalhadores que «recomendem» pessoas que conheçam para um «programa pioneiro», chamado «Academia de Retalho».
O programa consiste num estágio durante o Verão nas lojas do Algarve, com uma bolsa «no valor líquido de 500 euros» – não havendo qualquer referência à duração do programa.
Destaques do documento interno do Pingo Doce
A Jerónimo Martins exige disponibilidade para um «horário rotativo de duas em duas semanas» de dez horas diárias e folgas fixas às quartas e quintas-feiras ou domingos e segundas-feiras, a troco de menos de 57 euros. Oferece ainda subsídio de refeição de 5,40 euros em cartão e «alojamento (em quarto partilhado) e refeição extra», mas «apenas para residentes fora da região do Algarve».
«Qualquer falta injustificada, falta de pontualidade, incumprimento de normas e procedimentos internos nas instalações da empresa e/ou do alojamento ou algum acto que ponha em causa a imagem do Pingo Doce ou do Grupo Jerónimo Martins levarão ao abandono imediato do programa sem lugar ao pagamento da bolsa de estágio», é como termina o documento.
Também vais gostar destes:
– Campanha fraudulenta com a oferta de vales de desconto pingo doce.
– A difícil vida de quem trabalha num supermercado.
Os ganhos da Jerónimo Martins aumentaram 78% em 2016, para quase 600 milhões de euros. A dona da cadeia Pingo Doce lucrou 78 milhões de euros, no primeiro trimestre deste ano, a sensivelmente o mesmo que no mesmo período de 2016.