Continua sendo tu. Alguém vai te amar por seres exatamente assim.
Ei, menina! Fala para mim quantas vezesnão achaste que ia ser diferente? Que, sei lá, dessa vez iria dar certo, que dessa vez o frio na barriga não seria em vão e que os teus domingos à tarde seriam menos entediantes? Quantas vezes achaste que o inverno seria mais aconchegante e que o adeus não chegaria nunca?
Nunca estamos livres de trombar com alguém especial e isso acontece em várias fases e momentos da nossa vida, mas nem sempre esse alguém especial vem para ficar, nem sempre o sentimento brotado consegue crescer e aí vem a difícil e complicada tarefa de fazer morrer aquilo que insiste em florescer.
E aí vem a tarefa árdua de controlar os nossos impulsos, de deixar o telemóvel de lado, de chorar em silêncio para ninguém ver, de parecer bem quando -na verdade- nada está bem. Vem a difícil tarefa de tentar esquecer os nossos “porquês”.
E, depois de te recompores, de um jeito desajeitado e confuso, és surpreendido novamente por algo novo, forte o suficiente para abalar com toda a tua rigidez. E então hesitas em recomeçar, dás passos lentos, mas resolves ir. Tudo para estar maravilhosamente bem, quando algo dá errado e então parece que tudo volta à tona e revives as mesmas marcas e cria novas feridas. E, sempre que algo de bom aparece, estás com os olhos tapados pela dor. Privas-te de viver algo novo por medo de te magoares e porque já não acreditas mais que será diferente.
Quantas vezes eu, tu, nós, não demos um passo em falso, quantas vezes achaste que ele ia ser aquele que iria domar os teus medos e acalmar a tempestade que há em ti.
Eu já quis mudar o meu jeito para agradar, já achei que o problema fosse meu, que eu não tinha a risada mais engraçada, já pensei que a minha conversa não era das mais agradáveis, que o meu sorriso nem era tão bonito assim. Já quis me enquadrar num perfil para ver se assim ele olhava pra mim, ou se eu gostasse de tal musica ele me achasse interessante.
Demorei para perceber que para um novo ciclo começar nas nossas vidas é preciso ser forte o suficiente para ser quem somos, quem sempre seremos. Antes de embarcar nessa tal aventura do amor, eu preciso ter coragem para ser a miúda da risada escandalosa, eu preciso ter coragem para ser a miúda que gosta de dar presentes e que exagera, às vezes, no quesito amar. A miúda do pijama velho e com um bom humor matinal que chega a ser irritante, a miúda com um jeito todo desastroso de ser, mas que sabe amar como ninguém. A miúda que sabe ser companhia quando a tempestade vem e que abraça como quem não quer deixar partir.
E então eu entendi que, antes desse tal amor chegar, eu preciso me valorizar mais e isso não tem nada a ver com egoísmo e orgulho. O amor não consiste em deixar a essência de cada um se perder, ninguém precisa ser perfeito.
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– Por favor, um amor que saiba responder à vida a sorrir.
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Repara em quem elogia o teu sorriso mais sincero, em quem aplaude as tuas pequenas vitórias, em quem gosta das tuas piadas mais sem graça, em quem te elogia mesmo tu estando com a roupa mais simples. Repara em quem vê a beleza mais pura que há em ti. E, só então, o amor pode estar ai, tão perto. O amor pode estar naquilo que nunca procuraste ver. Talvez porque estejas com os olhos fechados devido as tantas feridas e por achares que precisa ser diferente, que precisas trocar as roupas do teu guarda roupa, que precisas deixar de ouvir as músicas que ouves. Alguém vai amar o teu desarrumado, vai rir do teu jeito bagunçado e vai gostar das tuas loucuras. Alguém vai amar a tua paixão por comida e achar engraçado o quanto gostas de dormir. Alguém vai amar do jeito que tu és.
Não deixes a tua autenticidade de lado, não deixes o teu sorriso mais bonito, não deixes de contar as tuas piadas e nem de achar graça nas coisas tolas. Não deixes de chorar num filme de romance, não precisas deixar de ser tu para encontrar alguém, só precisas continuar sendo quem és, com a tua alma bonita e teu jeito encantador. Só precisa encontrar alguém que veja a verdadeira beleza que há em ti.