A depressão e a ansiedade não são sinónimos de fraqueza nem consequência de escolhas pessoais. Não podemos decidir se queremos ou não que essas condições nos acompanhem.
Também vais gostar destes:
– O diário de um gato em depressão. Vê o que os felinos pensam sobre os donos!
– Maldita sejas tu depressão!
A depressão e a ansiedade não são escolhas pessoais
Pode acontecer com todos nós. Um determinado dia nos damos conta de que as coisas perderam o sentindo que tinham, que já não há nada que nos anime ou motive, torna-se difícil levantar-se da cama, um sentimento profundo de tristeza ou irritabilidade aparece.
Ao mesmo tempo pode ocorrer que tudo nos cause agonia ou nos esgote, que a nossa respiração acelere de repente e que nos sintamos incapazes de enfrentar a vida de maneira sincera. De alguma forma nos sentimos derrotados pelas circunstâncias, sem força nem vontade. Esse estado vem e vai, ou está conosco de maneira permanente.
Então começamos a pensar que talvez teríamos que consultar um especialista que nos explique o que está acontecendo, que fomos invadidos por uma profunda tristeza ou uma tremenda inquietação que nos faz sentir incapazes de lidar com o dia a dia.
É que quando enfrentamos uma grande perda pessoal é possível que nos deparemos com muitas situações que nos prejudicam e, de repente, algo transborda. Isso nos desmonta, pois não conseguimos compreender nem o que se passa nem porque aquilo está acontecendo.
Como consequência disso, afundamos num estado de ânimo ansioso, depressivo ou uma mistura de ambos, a partir do qual passamos a evitar ao máximo sair de casa, não nos sentimos bem fora do lar, nem realizando tarefas ou atividades que antes nos pareciam muito satisfatórias, e nem nos relacionando com as pessoas que nos rodeiam, etc.
O mais importante é dar o primeiro passo do processo: pedir apoio psicológico para equilibrar nosso estado emocional e curar nossos pensamentos.
Os comentários que nos prejudicam
Na nossa sociedade há uma grande crueldade em torno das dores psicológicas e emocionais; estas são consideradas de segunda, terceira ou inclusive quarta posição numa ordem de importância. Na verdade, é muito aterrador o baixo valor que se dá a nossa saúde psicológica.
Do mesmo modo que não nos ocorreria ignorar uma ferida que está inflamada ou que não para de sangrar, uma dor de estômago contínua e aguda, ou uma forte dor de cabeça, não podemos nunca ignorar as dores psicológicas.
Dito de outra maneira, não podemos deixar que o tempo cure porque corremos o risco de que isso não aconteça e de que, pelo contrário, as nossas feridas se abram e se inflamem ainda mais, que a infecção se prolifere e aprofunde o nosso problema.
Quem dera pudéssemos escolher não ter problemas, desfrutar de cada momento e sempre estar bem. Não podemos, no entanto, evitar e, claro, ninguém está livre do perigo.
O quanto antes compreendermos isso, antes aprenderemos a nos cuidar como merecemos e a não colocar mais lenha na fogueira dos problemas, a não incendiar nossa mente com um diálogo interno proveniente das opiniões sociais que desmerecem e menosprezam as nossas emoções e os problemas com os quais nos encontramos, quando nos damos conta de que o mundo, na realidade, não é da cor preferida de todo mundo.