Tiago Franco, um antigo funcionária do Autoeuropa, escreveu um artigo que se tornou viral nas redes sociais. Actualmente a trabalhar na Suécia, ele defende os antigos colegas de trabalho com todas as suas forças.
Vê o que o o ex funcionário escreveu:
“Quem agora chama nomes aos funcionários da Autoeuropa e já trabalhou numa linha de montagem? Já teve duas pausas de sete minutos por dia para mij**? Já passou 20 anos todo dobrado a fazer os mesmos movimentos? Se acham que é tudo fácil e maravilhoso, porque não vão para lá? Entre 2000 ou 3000 que lá trabalham deve haver espaço para os génios do comentário no Facebook
O que é que acham que um operador de linha, um técnico ou um engenheiro ganham na AE? Eu respondo: uma mer**. Ganham uma mer**. Ganham aquilo que alemão algum aceita na casa-mãe, com condições que sindicato nenhum permite no desterro de Wolfsburgo. O governo português deu incentivos por mais de uma década para a Volkswagen ter a fábrica ali. Depois tiveram mais uma década de salários baixos, aumentos miseráveis e down days”, frisa o ex trabalhador Tiago Franco.
“Em quatro, cinco anos a trabalhar ali, o meu salário aumentou 15 euros líquidos. Um operador de linha trazia 800 euros para casa, um técnico um pouco mais, um engenheiro cerca de 1100. Depois criaram uma empresa de trabalho externo (autovision) para reduzirem ainda mais os custos com os contratados e terem menos responsabilidades sociais”, explicou.
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“Eu acho muito bem que não aceitem sábados obrigatórios e muito menos se não forem pagos como trabalho extraordinário. Se os alemães querem explorar e manter o superavit do país, pois que o façam à custa do seu próprio povo. É uma questão de defesa da dignidade e do tempo familiar de cada trabalhador. Exatamente os bens mais preciosos no país que criou a marca. Não compreender isto e insultar quem tem a coragem de dizer ‘não’, é não entender o que o domínio económico alemão na Europa está a fazer aos países periféricos. Força, camaradas!”.