Embora a lista atual de pessoas mais ricas do mundo seja quase toda formada por grandes empresários, não é um deles que ocupa a primeira posição quando levamos toda a história da humanidade em consideração mas sim um imperador africano. Ajustando a riqueza para valores atuais, esse título fica com o maliense Mansa Musa.
Como imperador do Mali durante o século 14, Mansa Musa acumulou uma fortuna que hoje equivaleria a impressionantes US$ 400 bilhões. Grande parte desse dinheiro vinha principalmente das grandes minas de Mali, que chegaram a ser responsáveis por metade do ouro que circulava na África, na Europa e na Ásia.
Chegada ao trono
Mansa Musa ascendeu ao trono do Mali após ser nomeado vice pelo imperador anterior, que viajou em uma expedição com o objetivo de explorar o oceano Atlântico e nunca mais retornou. Musa foi nomeado como décimo imperador e liderou o Império Mali durante o seu auge econômico.
Além do ouro, a riqueza do governante vinha das construções que ele promoveu na época, principalmente de grandes mesquitas, madraças (casas de estudos islâmicos) e universidades, incluindo a Universidade de Sankore, que está em funcionamento até hoje. O imperador também controlava mais da metade de todo o sal do mundo, o que lhe dava um poder de barganha gigante na hora de negociar com os comerciantes europeus.
De acordo com os relatos históricos da época, a cidade de Tombuctu – também conhecida pela grafia em inglês, Timbuktu – era um dos locais com a melhor qualidade de vida do mundo e ponto de encontro para estudiosos de toda a África, que iam conhecer as universidades e bibliotecas do Império Mali.
Peregrinação para Meca
Um dos casos mais marcantes do reinado de Mansa Musa, e que ilustra bem todo o poder e a riqueza do imperador, é o da sua peregrinação para Meca. Como todo o muçulmano devoto, Musa deveria visitar a cidade sagrada do islamismo pelo menos uma vez durante a sua vida. Quando resolveu fazer isso, ele levou uma procissão de 60 mil pessoas como companhia.
Uma das funções de toda essa gente era carregar as mais de 5 toneladas de ouro que Musa ia dando para os pobres pelo caminho. Foi tanto ouro distribuído pelo imperador que o metal começou a perder valor, prejudicando a economia de todos os locais por onde ele passava, especialmente nas cidades de Cairo e Medina.
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Durante a viagem de volta para Mali, Musa viu o estrago que tinha feito e tentou resolver a situação pegando ouro emprestado de comerciantes locais. Os empréstimos reduziram a quantidade do metal no mercado e restabeleceram a economia dessas cidades.
Ainda existe muita discussão sobre a morte de Mansa Musa. Tudo o que se sabe com certeza é que o seu reinado terminou em 1332, embora os registos não deixem claro se ele morreu ou apenas renunciou. Nas décadas após a sua saída, guerras internas acabaram por levar o Império Mali à decadência e deixando esses tempos de glória no passado.