Marisa Matias acusa a Comissão Europeia de falar “uma língua estranha” e de querer “sabotar” Portugal e Espanha e de já ter decidido pela suspensão dos fundos estruturais ainda antes da discussão dizendo: “este diálogo não passe de uma enorme farsa”.
“Muito provavelmente estão aqui para comprovar uma tomada de decisão que já esta feita e que representa um crime para o que resta do projeto europeu”, disse Marisa Matias. “Sabem que os portugueses e os espanhóis sofreram na pele as consequências de uma austeridade estúpida durante vários anos. E estão ainda a pagar as consequências dessa austeridade estúpida”,refere.
Ela defendeu ainda que a Comissão fala “uma língua estranha”, uma vez que diz que a suspensão dos fundos estruturais não são uma sanção. “Muitos de nós não gostamos do trabalho que o senhor faz. Se nós decidirmos suspender o seu salário em metade, entende como um incentivo ou uma sanção?”, perguntou Marisa Matias ao vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, responsável pela pasta do Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade.
Marisa Matias refere que a comissão quer colocar o nosso país “numa situação de fragilidade permanente, que permita impor as escolhas que a democracia rejeitou…eu sei que conseguirão sempre um lugar numa Goldman Sachs deste mundo. Mas ficam na história como carrascos do projeto europeu”, frisa.
O Parlamento Europeu (PE) discute com a Comissão Europeia, à margem da sessão plenária e pela primeira vez, a possível suspensão de fundos estruturais a Portugal e Espanha, no chamado ‘diálogo estruturado’, com caráter consultivo.
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No quadro do processo de sanções lançado contra os dois Estados-membros por “falta de ações efetivas” para correção dos respetivos défices, a Comissão acabou por recomendar, a 27 de julho passado, a suspensão de multas a Portugal e Espanha.