Os medicamentos para o sono e para a ansiedade são mais prejudiciais do que heroína e a cocaína.
Um componente em especial chamou a atenção dos cientistas recentemente: a Benzodiazepina (BZD).
O composto usado em comprimidos como o Rivotril, Valium, Xanax, Ativan, entre outros – foi alvo de pesquisas sobre os riscos de morte associados ao seu uso, publicadas no American Journal of Public Health (Jornal Americano de Saúde Pública) e no Vancouver Sun.
“As benzodiazepinas são um grupo de compostos de estrutura similar que reduzem a ansiedade quando são administradas doses baixas e induzem o sono quando em doses maiores. As pautas clínicas recomendam em geral prescrever as benzodiazepinas para tratar a ansiedade ou a insônia grave, incapacitante e que causa angustia extrema.
Os profissionais de saúde devem levar em conta que o uso de benzodiazepinas está associado a problemas de dependência e síndrome de abstinência, consequentemente deve ser usada na dose eficaz mínima e durante o menor tempo possível”, aponta o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Há muitas pesquisas sobre o abuso de drogas mais tradicionais ou outras ilegais como heroína, cocaína e anfetaminas, mas não se sabe muito sobre o abuso desse tipo de droga“, disse Keith Ahamad, cientista clínico da UBC e médico especialista em vícios no St. Paul’s Hospital.
Os pesquisadores descobriram que a taxa de mortalidade foi 1,86 vezes maior entre os usuários de BZD. Ahamad observou que mesmo depois de isolados outros fatores que poderiam influenciar a mortalidade – como o uso de drogas ilegais, HIV, infecções e comportamentos de alto risco – a taxa de mortalidade permaneceu alta entre os usuários de benzodiazepinas.
Um segundo estudo realizado numa parte menor dentro do mesmo grupo examinou a ligação entre o uso de BZD e a infecção por hepatite C (HCV).
O estudo descobriu que o BZD estava associado a uma maior taxa de infecção pelo HCV, as taxas de infecção foram 1,67 vezes maiores entre os participantes do estudo que usaram medicamendos à base do composto.
“Provavelmente essas drogas são prescritas de uma forma que causa danos”, disse o cientista clínico Keith Ahamad
É necessário aumentar a atenção na forma como as prescrições são feitas e monitorizá-las.
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Ahamad acredita que o facto de muitos médicos não serem devidamente educados sobre a prescrição de benzodiazepinas tem impacto nesse cenário: “Há riscos que acompanham esses medicamentos e precisamos ter muito, muito cuidado com a forma como os estamos prescrevendo“, conclui.