Cientistas portugueses encontraram uma forma de travar metástases cerebrais. É possível que a proteína do feijão se transforme num medicamento para mulheres com cancro da mama avançado.
A Investigação foi financiada pela associação Laço. A proteína do feijão pode transformar-se num medicamento para mulheres com cancro da mama avançado.
Tudo começou com uma desilusão, que fez com que o foco da associação Laço fosse alterado, em vez de apoiar o rastreio, o foco passou a estar no apoio à investigação.
Diana Gaspar, investigadora do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes é uma das beneficiárias das bolsas financiadas pela associação Laço.
Três anos após ter iniciado o projecto, a cientista já obteve os primeiros resultados. Em laboratório verificou que uma proteína extraída do feijão, a PvD1, consegue travar a invasão do cérebro pelas células tumorais. “Um grupo no Brasil já conhecia as propriedades antifúngicas da PvD1. Nós quisemos verificar as suas capacidades antitumorais”, explica Diana Gaspar.
Em Portugal estima-se que existam cinco mil mulheres com cancro da mama metastático, para o qual há poucas opções terapêuticas.
Com o financiamento da Laço, Diana Gaspar foi capaz de verificar que esta pequena proteína interfere com a capacidade das células tumorais, transportadas pela corrente sanguínea, de se fixarem à barreira hemato-encefálica, que protege o cérebro, mas que deixa escapar alguns invasores. “A proteína diminui a viabilidade das células tumorais que, mesmo escapando para a corrente sanguínea, chegam à barreira com as propriedades alteradas”.
O trabalho foi publicado na revista científica Nanoscale, e dependeu do uso de um equipamento ultrassofisticado, o microscópio de força atómica, que permite observar ao nível do átomo.
Toda esta investigação é financiada pela bolsa da Laço, a associação acabou por se transformar no Fundo iMM-Laço e está, desde o início de 2018, sedeado no próprio Instituto de Medicina Molecular.
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Agora o caminho será prosseguir a investigação, testando o efeito da proteína do feijão, PvD1, num ratinho.
No futuro é assim possível que fique disponível um concentrado de feijão num comprimido.
Vamos acreditar na Ciência!