Não é mais rico quem tem mais, e sim quem precisa de menos.

Não é mais rico quem tem mais, e sim quem precisa de menos.

Pensando neste tema, vieram à minha mente as palavras de Santo Agostin de Hipona que estão estreitamente ligadas: “Pobre não é o que menos tem, e sim aquele que precisa de mais para ser feliz.” Deixando de lado a concepção de da palavra “rico” como pessoa que possui uma grande quantidade de dinheiro, a afirmação do título tem a ver com a felicidade da qual falava este santo já há vários séculos.

Vivemos em um mundo repleto de coisas que podem ser consideradas dispensáveis: a publicidade e as novas tecnologias fazem crer, às vezes, que tudo gira em torno da posse de objetos materiais que podem ser capazes de nos fazer mais felizes.

Contudo, isto não é verdade: nós não somos mais felizes do que nossos pais eram por termos um telefone celular de última geração, dois carros e três computadores em casa. Talvez levemos uma vida mais confortável, mas o consumo de coisas como essas não nos preenche como pessoas.

Quando a minha irmã comentou que precisava comprar roupas novas, tendo os armários cheios de roupas para vestir, perguntei até que ponto vivemos enganados pelas nossas necessidades: costumamos dar importância ao que não tem e nos esquecemos daquilo que importa.

Realmente preciso disso para ser feliz?

Temos tantas coisas que às vezes esquecemos aquelas sem as quais não poderíamos viver: uma boa saúde física e mental, a possibilidade de ter relacionamentos pessoais que nos satisfaçam, como amigos que estarão sempre presentes, ou a sorte de contar com uma família incrível.

Tudo isso não pode ser comprado nem com todo o ouro do mundo. É por isso que, paradoxalmente, tudo isso pode nos tornar ricos de felicidade: ninguém se sentirá melhor do que alguém que supera um câncer, vence uma depressão, ou encontra no seu companheiro o melhor apoio e um abraço sincero, por exemplo.

Ser rico é ser feliz com o que temos

Certamente muitas vezes já nos sentimos frustrados por não termos alcançado as metas que havíamos traçado ou porque não tínhamos conosco o que desejávamos. De facto, sentimos que precisamos de mais à medida que nos conformamos menos com o que temos.

É verdade que é benéfico traçar metas a serem alcançadas, pois cair no conformismo é sinónimo de estagnação. Contudo, é preciso considerar que a felicidade chega quando desfrutamos o caminho até ela.

Os desejos não trazem felicidade, só a decoram: é muito rico aprender a se sentir completo com o que conquistamos ou o que demos, para assim podermos receber de uma forma plena o que nos chega de maneira gratuita e sem pedir.

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Não se mede caráter por aparência e nem felicidade por sorriso.
Cuidado, a tua felicidade pode irritar pessoas infelizes.

Em resumo, aquilo que chega até ti de forma gratuita e sem nenhum valor material é o que pode torná-lo realmente rico. O dinheiro dará conforto, mas aquilo que move as nossas emoções é o que nos dá sentido.

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