Não me arrependo de nada, mas agora sei o que não faria novamente.

Não me arrependo de nada, mas agora sei o que não faria novamente.

Somos todos falíveis, delicadamente imperfeitos, mas únicos na nossa essência e nas nossas histórias pessoais. Por isso, é muito bom e necessário aceitar cada erro cometido sem cair em um lamento perpétuo, mas perceber o que não devemos fazer, qual o caminho que não trilharíamos novamente e quais são as pessoas que devem ficar bem longe de nós.

As pessoas não são máquinas, e na verdade é aí que reside a nossa grandeza. Nessa magia escrita no nosso DNA, que nos possibilita aprender com os erros para melhorar como espécie e sobreviver neste mundo complexo. Viver é seguir em frente, mas também mudar e aprender com cada escolha equivocada ou com cada má ação praticada; é como dar uma pausa no meio do caminho para aprender a ser melhor a cada dia.

Não assumir o erro, não aceitá-lo ou ficar agarrado à culpa que nos sangra e nos mantém amarrados ao passado significa impedir o crescimento que cada um deve assumir em qualquer idade e em qualquer momento da vida.

As ações que lamentamos, mas que formam a nossa bagagem vital

A culpa e o arrependimento assumem muitas formas, formam grandes sombras e tecem nas nossas mentes teias de aranha muito espessas, que nos atrapalham durante um tempo determinado. Factos concretos como um relacionamento com a pessoa errada, uma decisão imprudente no trabalho, um descuido acidental, uma promessa não cumprida, uma palavra ou uma má ação, significa nos vermos em um espelho, sem filtros, sem anestesia e com uma ferida aberta. Ou seja, quando estamos conscientes das rachaduras da nossa suposta maturidade, precisamos recolher os pedaços da nossa dignidade e corrigir o que está errado.

Por outro lado, um interessante estudo publicado pela revista “Psicologia Cognitiva” relata um facto que nos convida a uma profunda reflexão. As pessoas mais jovens queixam-se frequentemente dos muitos erros que cometeram ao longo da sua vida. Às vezes, basta uma simples conversa com alguém entre 20 e 45 anos para que ela nos conte, uma por uma, cada má escolha, cada pessoa que lamenta ter deixado entrar na sua vida ou cada decisão errada que tomou. Uma avaliação e uma autoanálise que pode ser saudável e catártica: nos ajuda a decidir melhor, a orientar de forma mais precisa a nossa bússola pessoal.

Os erros sempre batem à nossa porta de uma forma ou de outra

Um erro implica, acima de tudo, a aceitação da responsabilidade. É algo que a maioria de nós já sabe, não há dúvida; no entanto, nem todas as pessoas são capazes de dar esse passo importante e digno. Se aceitarmos a responsabilidade pelos nossos erros, acontecerá o que é chamado na psicologia de “reparação primária”, ou seja, conseguiremos terminar um relacionamento tempestuoso, finalizar um projeto fracassado ou mesmo pedir perdão por danos causados ​​a outras pessoas.

“Os erros são a base do pensamento humano. Se nos foi dada a capacidade de cometer erros, foi por uma razão muito específica: para sermos melhores”.
– Lewis Thomas –

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A crença de que a idade e a experiência nos tornam imunes aos erros é um mito. Deixa de lado essas ideias e assume um facto concreto e importante: estar vivo é aceitar as mudanças e os desafios, nos permitir conhecer novas pessoas e fazer coisas diferentes todos os dias. Errar, em algumas situações, faz parte do nosso processo de aprendizagem; é uma peça a mais no nosso crescimento. Não te recuses a experimentar para não ficares ancorado na ilha do arrependimento e do medo. Pensar que “é melhor ficar como estou” é limitar-se a respirar e a existir, mas não a viver.

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