Em 2011, o engenheiro de som Dave Tyler foi a nova vítima da ‘síndrome do cabeleireiro’ e teve um AVC alguns dias depois de ir cortar o cabelo. Apesar de esses factos parecerem isolados um do outro, a causa do derrame foi uma posição em que muitos de nós ficamos ao lavar o cabelo. Ele foi indenizado em 90 mil libras esterlinas, o equivalente a cerca de €120 mil, e, atualmente, continua em recuperação.
Síndrome do cabeleireiro: como aconteceu
No ano de 2011, o engenheiro de som Dave Tyler sentiu fortes dores de cabeça e desmaiou durante uma reunião de negócios. Ele foi, então, levado para o hospital e, de acordo com o tabloide britânico Daily Mail, foi questionado se havia cortado o cabelo recentemente.
Dois dias antes, ele esteve no cabeleireiro Headmasters, na cidade de Brighton, na Inglaterra. Acredita-se que a hiperextensão do pescoço, feita ao apoiar a cabeça no lavatório, causou lesões em artérias que criaram um coágulo de sangue. Dave Tyler disse que não lhe foi oferecida a proteção adequada para o pescoço: “Havia uma camada mínima de toalhas”.
Ainda de acordo com o Daily Mail, o coágulo teria, então, rompido em vários coágulos menores e migrado para o cérebro, onde interrompeu o fluxo sanguíneo e causou um AVC.
A formação de coágulos rumo ao cérebro após a lavagem de cabelo no salão de cabeleireiro é rara, mas bem descrita pela literatura médica, tanto que tem até um nome: “síndrome do salão de beleza” ou “síndrome do cabeleireiro”.
Existem dois mecanismos que podem desencadeá-la:
O “estrangulamento” da artéria vertebral – que leva sangue ao cérebro – quando a cabeça é colocada para trás. Esse tipo é mais comum em pessoas idosas.
A lesão da artéria vertebral secundária à extensão do pescoço, cuja cicatrização pode gerar coágulos.
Sintomas
Depois da dor de cabeça e do desmaio, os sintomas de Dave incluíram fala arrastada, falta de coordenação, visão dupla, soluços e perda parcial da sensibilidade à dor e temperatura. “Eu senti todo o lado do meu corpo dormente e, enquanto eu aguardava a ambulância, os meus olhos começaram a virar”, disse ao tabloide. “Eu tomei um gole de água e sem saber que eu tinha perdido a habilidade de engolir, eu engasguei-me e um pouco de vómito foi parar ao meu pulmão, o que causou pneumonia”.
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Recuperação
Dave Tyler passou três meses no hospital, de onde saiu numa cadeira de rodas. Depois de muita fisioterapia, hoje ele consegue andar com ajuda de uma muleta, mas ainda sente muita dor. “Eu nunca mais vou conduzirporque terei sempre uma visão instável”, contou.
Dave processou o cabeleireiro e recebeu uma indenização no valor de 90 mil libras esterlinas, o equivalente a cerca de €120 mil. Em 2013, a norte-americana Elizabeth Smith também processou o salão de beleza por ela frequentado depois de ter um AVC.
Apesar de serem raros, casos como esses servem de alerta para que as pessoas evitem a pressão e a hiperextensão excessivas no pescoço durante a lavagem, em vez de “aguentar o desconforto, afinal, são apenas alguns minutos”.
Opta por cabeleireiros cujas cadeiras do lavatório fiquem horizontalizadas, permitindo que fiques deitado e não deites a cabeça muito para trás. Outra possibilidade é pedir um bom apoio com toalhas para o pescoço ou lavar o cabelo antes de ir ao cabeleireiro.