É verdade que o amor-próprio é o melhor amor que existe (e recomenda-se!), mas quão boa queres ser a saber estar sozinha? Quão boa queres ser a ser alguém que não precisa de ninguém? Quão boa queres ser a fugir daquelas ilógicas e arriscadas borboletas na barriga quando surge alguém mais interessante do que o normal? Quão boa queres ser a construir muralhas para não deixar nada diferente entrar?
Também é verdade que saber com o que se pode contar é bom, mas quão boa queres ser a contentares-te com amores “porque sim”? Quão boa queres ser a ser alguém que tem alguém por hábito? Quão boa queres ser a estar ali por toda a gente menos por ti quando a única pessoa que tem de viver com as tuas decisões és tu? Quão boa queres ser a construir muralhas para não deixar nada diferente entrar?
E, por último, sei que também é verdade que estar apaixonada é qualquer coisa que não se explica, mas quão boa queres ser a estar com alguém que não consegues admirar, apenas adorar? Quão boa queres ser a ser alguém “mas eu gosto dele…”? Quão boa queres ser a tentar mudar uma pessoa que pura e simplesmente não quer mudar? Quão boa queres ser a construir muralhas para não deixar nada diferente entrar?
Sabes, o problema das muralhas é que não afastam só as coisas más, afastam também as coisas boas. Tantas e tantas vezes complicamos o que é tão simples e depois mandamos para o ar que “é complicado”. Não é. Nós é que temos a mania que tem de ser e cada vez que o dizemos acreditamos mais e mais nisso. Quando deres por ti a usar essa expressão pára por um segundo para pensar.
Também vais gostar destes:
– Muitas vezes, o amor não termina, mas a paciência acaba!
– Nós não fomos amor, fomos tesão.
Se alguém te despertou a atenção estás à espera do quê para irem beber um café? É só um café, ninguém te morde se não quiseres. Se estás com alguém por obrigação, achas que consegues ser feliz? Só estás a evitar o inevitável, a menos que tenciones ser infeliz para sempre. Se a pessoa que te ama te trata mal, achas que ela te ama tanto assim? Quando ela te mostrar que não gosta de ti, acredita. Complica menos e vive mais. Medos e muralhas para quê?