Estamos a perder o GPS de nós mesmos…

O filósofo Mario Sérgio Cortella, professor da PUC-SP e ex-monge carmelita descalço, diz que estamos a perder o GPS de nós mesmos ao nos preocuparmos mais com o objetivo do que com a jornada. Quando desprezamos a paisagem, deixamos de ampliar o nosso repertório de imagens e a capacidade de criar – enfim, de viver.

O mundo virtual faz com que as pessoas deixem de apreciar pequenas coisas como a paisagem numa viagem de carro, de autocarro ou de avião, para ficarem de cabeça baixa olhando os seus smartphones. Um ponto muito interessante na fala do filósofo é a necessidade do ócio, do tédio.

Pois estes são propulsores da criatividade. Não fossem eles, a roda jamais teria sido inventada. Isso não quer dizer que não devemos trabalhar ou que devemos ficar estáticos esperando que uma possível ‘lâmpada’ de ideias apareça e a nossa vida será plena em gozo. De modo algum, o que ele explana é que a praticidade da vida pós-moderna – tudo prontinho – não nos permite criar. E que ao ficarmos escravos submissos às tecnologias deixaremos de ser criativos.

Abaixo, recortes da entrevista e no rodapé o link de acesso a entrevista completa:
Não sou avesso a tecnologias, mas também não sou submisso. A grande vantagem delas é ajudar a chegar logo. Sei da ajuda do GPS e para isso (as tecnologias) servem bem”. Cortella

O tédio é absolutamente criativo. Inventas coisas porque não tens o que fazer. E a ausência hoje de tédio, porque ficas o tempo todo ocupado com algo, resulta numa vida que precisa ter meta e objetivo o tempo todo. Como se fosse uma carreira. Despreza-se que a arte seria impossível com a ocupação contínua. Só existe arte, filosofia, por conta da desocupação.

É um reflexo da instrumentalização do nosso tempo. Estamos sempre ocupados com metas e objetivos e não temos espaço para distração, para aproveitar as jornadas que, no fim das contas, são a nossa vida”. Cortella

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Michelangelo dizia: “todo pintor pinta a si mesmo. É evidente que quando eu viajo quero me conhecer naquilo que estou conhecendo. Por isso toda viagem é um reconhecimento. Eu sou uma subjetividade, tu és uma subjetividade. Para eu me saber como sou, preciso me colocar para fora de mim. Isto é, eu preciso objetivar minha subjetividade (…)”.

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