Português escravizado morre sem lhe ser feita justiça.

Ele viva numa quinta no Alentejo, sob alçada de um casal com dois filhos e foi um português escravizado e privado de namorar, sem também nunca ganhar um tostão. Ele morreu e só agora o DIAP está em vias de emitir um despacho que, tudo indica, deve ser de acusação.
Se assim for, segue-se o julgamento. O crime de escravidão é punido com pena de 5 a 15 anos.
“Em 26 anos nunca vi 5 tostões. Zero”, disse em entrevista em Dezembro de 2013, três meses depois de ter escapado da quinta, ajudado por um amigo e pela GNR. Tinha um tumor nos pulmões, detectado logo quando foi acolhido. Até então não tinha recebido qualquer tratamento médico para a doença.
A patroa, Susana, tinha quase 60 anos, e o patrão, Fábio, quase 70 (nomes fictícios). Tinham dois filhos, rapazes. A Francisco davam apenas um dia de descanso, o domingo. Puseram-no a dormir num anexo da sua quinta em Évora.
Francisco estava, na altura, aos cuidados da associação Saúde em Português, que gere um Centro de Acolhimento e Protecção a vítimas de tráfico de seres humanos do sexo masculino. Foi com eles que ficou até ao final da vida.

A quinta onde viveu está a poucos quilómetros da cidade de Évora e não numa zona isolada como se poderia pensar. A facilidade com que Francisco podia entrar e sair dali, fazer-se à estrada e andar nem uma hora até à cidade segundo o Google Maps, impressiona: mostra o medo com que vivia ao ponto de o paralisar e tornar incapaz de pedir ajuda.
A casa de um andar, com uma arquitectura tipicamente alentejana, tem barracões à entrada que os patrões de Francisco alugavam a várias pessoas. Um jovem que disse ser trabalhador de uma das empresas que aluga os barracões afirmou não saber se os patrões estavam em casa. Ninguém. Cá fora, alguns objectos deixados de lado, coisas que demonstram que a casa é habitada.

Também vais gostar destes:
A triste geração que virou escrava da sua profissão!
Homens arriscam vidas para salvar escravas do Estado Islâmico!

Sem luxo aparente, a moradia tem uma piscina, mobília modesta, escura, e vários motivos religiosos como crucifixos – vê-se numa reportagem fotográfica que consta do processo. É referido nos relatórios que o casal tinha bens suficientes para pagar a Francisco e que, no mandado de busca, foram apreendidas armas para as quais não tinha licença.

Artigos Relacionados

Últimas

Zé Maria, o Primeiro Vencedor do Big Brother : A Vida Após a Fama e a Luta Contra a Depressão.

Zé Maria, o Primeiro Vencedor do Big Brother : A Vida Após a Fama e a Luta Contra a Depressão Passaram-se 25 anos desde que...

Cinha Jardim Reage à Vitória de Inês Morais no Desafio Final e Derrota de Miguel Vicente.

Cinha Jardim Questionada Sobre a Derrota de Miguel Vicente no Desafio Final. A grande final do Secret Story – Desafio Final ocorreu na noite de...

A Ferver

Zé Maria, o Primeiro Vencedor do Big Brother : A Vida Após a Fama e a Luta Contra a Depressão.

Zé Maria, o Primeiro Vencedor do Big Brother : A Vida Após a Fama e a Luta Contra a Depressão Passaram-se 25 anos desde que...

Cinha Jardim Reage à Vitória de Inês Morais no Desafio Final e Derrota de Miguel Vicente.

Cinha Jardim Questionada Sobre a Derrota de Miguel Vicente no Desafio Final. A grande final do Secret Story – Desafio Final ocorreu na noite de...