Por que o príncipe William, da Inglaterra, está de cócoras na grande maioria das fotos em que aparece a falar com seu filho, o príncipe George?
Não é nada novo: trata-se de uma técnica de criação denominada Escuta Ativa, uma forma respeitosa de tratar as crianças, para que se sintam realmente ouvidas.
Concentra-te e olhe nos olhos do teu filho
Para a psicóloga e psicoterapeuta Isabel Fuster, mais que uma técnica é uma postura diante da vida, uma forma de ouvir as pessoas, de nos colocarmos no seu lugar: “Entre adultos esta comunicação parece mais simples (embora nem sempre sejamos tão empáticos como deveríamos), mas ao tratar com crianças deparamo-nos com a dificuldade de que o pequeno não entende o mundo dos mais velhos, cujo principal meio de comunicação é o discurso falado. Até aproximadamente os 12 anos, ele se encontra num mundo sensorial e perceptivo diferente do nosso.”
A prova mais evidente de que estamos a ouvi-lo é o contato visual. Para isso, é preciso se colocar à altura dos seus olhos porque a criança se sentirá mais próxima dos pais, além de isso ajudá-la a empatizar com eles e a lhe transmitir calma e serenidade.
Isto não é o paraíso
Não se deve confundir esta técnica com um modelo sem limites que transforme a criança num tirano egocêntrico.
Mas, a escuta ativa é compatível com a disciplina? O que acontece se os pais confundem esse tipo de comunicação respeitosa e assertiva com a permissividade mais absoluta, com dar-lhes tudo o que quiserem?
Também vais gostar destes:
– Apaixonante para mim é o homem que trata com educação o empregado de mesa
– Não quero um príncipe encantado e sim alguém que me dê o que mereço.
Isabel Fuster tem isso claro: “O amor não é sinónimo de fraqueza, nem estabelecer limites é sinónimo de dureza. É preciso estabelecê-los, embora às vezes isso nos custe. Cada casa deve ter valores e os pais devem fazer com que sejam cumpridos, a partir do amor. Evidentemente, a criança se irritará diante das negativas ou obrigações, mas é normal, tem que frustrar-se. Se não tivesse frustrações seria um tirano”, recomenda Fuster.
Essa criança, já um adulto, recordará do pai agachado no seu nível, dando-lhe a entender que até ele, seu sagrado progenitor, desce das alturas para tratá-la como merece: numa igualdade muito real.