Chama-se Rui Nabeiro patrão e mandou passear duas marcas conceituadas para não ter que sacrificar a rentabilidade a despedir trabalhadores.
Rui Nabeiro construiu a 12.ª maior fortuna do país na indústria do café, que dá trabalho a um em cada cinco habitantes da sua vila natal, Campo Maior, em Portalegre e um dos poucos a escapar à crise que assola o interior do País.
Apesar da sua idade, este self-made man de olhar tranquilo e sorriso fácil ainda está no controle dos destinos da empresa familiar, a Delta, que ele próprio fundou em 1961. A empresa, que gere com a ajuda dos seus filhos e netos, cresceu de uma pequena fábrica de torrefacção de café virada para o mercado espanhol para uma das gigantes daquela indústria.
Sob a liderança de Rui Nabeiro, que viaja pelo do mundo para se abastecer de grãos de café verde, especialmente vindo das ex-colónias portuguesas, como o Brasil, Angola e Timor Leste, a empresa tem experimentado um forte crescimento a partir de meados da década de 1970.
Para Rui Nabeiro. “Criar um posto de trabalho é criar riqueza para todos. Eu nunca pensei em mim, mas sempre procurei servir aqueles que me servem, é esta atitude que me deu o que eu tenho hoje “, disse à AFP o proprietário do grupo Delta.
A sua fortuna está estimada em 390 milhões de euros e coloca-o entre as 12 pessoas mais ricas do país, segundo o ranking elaborado pela revista Exame. “É uma herança ao serviço de toda a comunidade”, declara Rui Nabeiro.
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“Falar de milhões é uma ofensa num país onde ainda há tanta pobreza “, continuou ele com uma voz calma, sentado num escritório da sua fábrica de torrefação, moagem e embalagem do café, o maior da Península Ibérica.