“Tenho medo de não conseguir amar o segundo filho como amo este”. A frase não é minha, mas li por aí várias vezes escrita. Percebo-a.
A primeira fase da gravidez da minha segunda filha foi vivida de uma forma tão pouco “dedicada”, com tanto trabalho e cansaço, que chegava a ter receio de não vir a sentir o mesmo. Mas depois, pouco a pouco, fui-me apaixonando e aquele pequeno ser foi ganhando mais e mais espaço no meu coração.
Quando nasceu, não tive qualquer dúvida. Que sentimento pleno, de pertença, que coisa arrebatadora!
Agora só sinto amor. E cansaço (sim, porque ter dois filhos tem muito que se lhe diga).
E é sobre esse amor que vos quero falar. Ama-se o segundo filho tanto quanto se ama o primeiro.
O amor não é mensurável, mas garanto-vos que o coração volta a bater com tanta força como com o primeiro filho.
Que as lágrimas de emoção voltam a cair. Que a alegria de ver as pequenas conquistas deles é enorme. Que o desejo de os proteger de tudo chega a ser angustiante. Que o medo de não estar cá para os dois é gigante (mas mais vale nem pensar nisso). Que a vontade de lhes arrancar um pedaço das bochechas é praticamente incontrolável. Que o riso que nos sai, mal disfarçado, quando fazem asneiras é inevitável. Que as danças que fazemos juntas se prolongam cá dentro, mesmo quando a casa já está em silêncio.
Nada temam quanto a essa questão. Vão amar tanto o segundo filho quanto amam o primeiro.
Podem amar diferente, apreciar coisas diferentes, aproveitar até melhor algumas coisas, por saberem que passa tão rápido, e pior outras, porque terão de repartir atenções.
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Mas esse sentimento inabalável de amor profundo, de amor que se sobrepõe a tudo, esse vai lá estar. Sempre.