Separares-te dói, mas também pode ser uma benção.
É possível separares-te de alguém com respeito e com ternura. É possível um divórcio verdadeiramente amigável.
Mas para isso é preciso que as duas pessoas envolvidas no processo de desfazer um laço de intimidade tenham amadurecido o suficiente para conhecer a si mesmas.
Caminhamos lado a lado com algumas pessoas em alguns momentos da vida.
“A vida é como atravessar uma ponte. Nem sempre as pessoas com quem iniciamos a travessia são as mesmas que nos cercam agora ou com quem chegaremos do outro lado. Mas sempre há alguém por perto. Nunca estamos sós.” (Professora de hatha ioga, Walkiria Leitão).
O medo da solidão, muitas vezes, faz com que as pessoas suportem o insuportável. Ou se lamentem após uma separação, apegadas até mesmo ao conflito conhecido.
Ainda há mulheres que sofrem violências morais e até mesmo físicas dos seus companheiros ou companheiras.
Ainda há homens que sofrem violências morais e até mesmo físicas de suas companheiras ou companheiros.
Como dar limites? Como conhecer esses limites?
Quando os limites são desrespeitados, as dificuldades começam. Dificuldades que podem levar à separação e ao divórcio. Dificuldades que podem levar ao sofrimento filhos e filhas, animais de estimação, amigos, familiares.
Caminhamos lado a lado. Ou não. Quando nos afastamos e nos distanciamos, nunca é repentino.
Um processo que, se desenvolvermos a clara percepção da realidade do assim como é, poderemos prever, antecipar e até mesmo alterar o desenvolvimento do processo.
Entretanto, se não conseguirmos antever o que já acontece, se colocarmos lentes fantasiosas sobre a realidade, poderemos nos desiludir e nos sentirmos traídos na confiança mais íntima do ser.
“Cada vez que temos uma desilusão estamos mais perto da verdade, por isso agradecemos.” (Professor Hermógenes).
Se tiveste uma desilusão é porque não estavas em plena atenção. Mas não fiques com raiva nem de ti nem da outra pessoa.
Nada é fixo. Nada é permanente.
Saber abrir mão, desapegar-se – até da maneira como tens vivido – é abrir novas possibilidades para todos.
Por que sofrer? Por que manter relações estagnadas ou de conflito permanente? Ou como transformar essas relações e dar vida nova ao relacionamento?
Apreciar e compreender a vida em cada instante é uma arte a ser praticada.
Separares-te dói, confunde, mexe com sonhos e estruturas básicas de relacionamentos.
Separação pode ser também uma bênção, uma libertação de uma fantasia, de uma ilusão.
Observa em profundidade.
Cuidado com o eu menor.
Cuidado com sentimentos de rancor, raiva, vingança.
Esse sentimentos destroem-te, mais do que as outras pessoas.
Desenvolve a mente de sabedoria e de compaixão.
Quer o bem de todos os seres. Isso inclui-te.
Cuida-te bem e aprecia a tua vida – assim como é –, renovando-te a cada instante e abrindo portais para o desconhecido, o novo – que pode ser antigo, mas novo a cada instante.
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Mantém viva a chama do amor incondicional e aprende a separar-te (se assim for) com a mesma ternura e respeito com que te uniste.
Esse o princípio de uma cultura de paz e de não violência ativa.
Que assim seja, para o bem de todos os seres.
Mãos em prece.