VERDADEIROS AMIGOS: Uma aceitação de caráter!
Hoje conversava com uma amiga e ela me disse uma frase muito interessante: “Só eu sei quem sou, os outros apenas imaginam…” Frase que soa um tanto de solidão!
Solidão do próprio ser!
Falávamos sobre verdadeiras amizades e aí lembrei de um pensamento de Aristóteles que explica sobre os três tipos de amizade.
- Amizade segundo o prazer: É amizade na qual procuramos prazeres recíprocos. Onde apenas nos esforçamos para agradar os outros e somos orgia de emoções. Esta com o tempo…é uma amizade facilmente esfacelada.
2. Amizade segundo utilidade: É amizade na qual há segundas intenções. Há um interesse mútuo por trás. Acabam-se os ganhos…acaba-se a amizade!
3. Amizade segundo a virtude: Esta amizade para Aristoteles é a perfeita, duradoura, verdadeira e rara. Segundo ele só acontece entre os bons.
O mais incrível é que Aristoteles explica que amizade não é um sentimento, como muitos de nós pensamos, mas é uma aceitação de caráter. E somente o terceiro tipo de amizade -exposto acima- há essa aprovação de caráter! É onde podemos ser quem realmente somos sem sofrer nenhum tipo de julgamento. Segundo o filósofo é o nosso próprio espelho: “Uma alma solitária que vive em dois corpos.”
Aí eu volto o meu argumento para aquela frase acima que a minha amiga falou. Vivemos numa sociedade onde temos que ser inteiramente éticos para sermos aceitos. Mas se o “eu” de dentro estiver em total conflito com o “eu” de fora? O que é mais importante: vivermos para agradar ao que é ético, à sociedade,aos outros ou à nós mesmos? Acredito que a felicidade do ser tem que estar acima disto tudo!
Eu, sinceramente, não sou radical e nem neurótica com alguns conceitos democráticos, pois somos seres diferentes…com histórias diferentes. Eu aceito o ser humano imperfeito, com luz e sombra. E é justamente neste ponto que temos relações raras. O ser “perfeito” cansa, faz-me sentir pequena e diferente. Pois…sou cheia de falhas e imperfeições!
Amo aqueles amigos que se doam para mim…que expõem toda a fragilidade do seu ser…que não temem me oferecer conhecer a sua própria sombra. Esses amigos…são verdadeiros, humanos e admiráveis!
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Desses amigos…eu não desisto nunca!
Quem quiser que me critique com milhões de denominações: “a boazinha” ,”a louca”, “a sensível”, “a tola”…pois tudo isto somente prova a falta de auto-conhecimento desses julgadores “perfeitos”. Como eu me conheço bem…aceito quem quer que seja!
E digo mais…somente os de coração bom tem coragem suficiente de entregar as suas verdades sem receios. Para mim é como se estivessem a doar o próprio coração nas minhas mãos. Como ser fria e gerar conceitos maldosos? Jamais! Eu acolho esses corações e acabo doando o meu!
“Só os verdadeiros amigos sabem quem eu sou, os outros apenas imaginam.”