As marcas de pílulas mais usadas pelas nas suas composições uma infinidade de hormonas com características, indicações e efeitos colaterais distintos.
A seguir, explicamos os principais detalhes que precisas saber sobre os contraceptivos orais mais adotados pelas brasileiras:
Anticoncepcional: nomes dos mais usados e suas diferenças
Allestra 20 ou 30
Ambos são pílulas combinadas que têm etinilestradiol, um derivado sintético do estrogénio, e gestodeno, semelhante à progesterona. A diferença dos números no final de cada nome se refere à dosagem de hormonas que cada cartela possui, sendo necessário consultar um especialista para definir qual é a melhor escolha para cada pessoa. Com 21 comprimidos, o Allestra prevê uma pausa de sete dias mas também é possível emendar cartelas continuamente, impedindo a menstruação.
Belara
Possui 2 miligramas de acetato de clormadinona e 0,03 de etinilestradiol. O primeiro componente, de acordo com a bula, tem ação positiva sobre acne e seborreia. Cada cartela contém 21 comprimidos e requer um intervalo de sete dias.
Cerazette
Por não ser um anticoncepcional combinado, é indicado para casos em que há risco de trombose, como histórico da doença na família e tabagismo.
Chamado de “pílula da amamentação” ou minipílula, possui um tipo de progesterona denominado desogestrel e a sua cartela contém 28 comprimidos de uso contínuo, que impedem que a mulher menstrue. Apesar deste efeito, o ginecologista e obstetra Élvio Floresti afirma que este contraceptivo pode causar sangramentos chamados “escapes”, que acontecem mesmo durante o uso do remédio, e pode ainda aumentar a oleosidade e a acne no rosto.
Ciclo 21
Com 0,15 miligramas de levonorgestrel e 0,03 de etinilestradiol, é boa para regular o ciclo menstrual. O seu preço é atrativo, sendo um dos melhores do setor. Como o próprio nome sugere, tem 21 comprimidos e requer sete dias de pausa entre cada cartela.
Diane 35
Pílula combinada com 0,035 miligramas de etinilestradiol, uma espécie de estrogénio, e ciproterona, semelhante à progesterona. Com fórmula igual a do Selene, é indicada para melhorar a acne, controlar o crescimento de pelos no corpo e tratar ovários policísticos. A cartela possui 21 comprimidos que devem ser sucedidos de uma pausa de sete dias.
Diminut
É semelhante ao Allestra 20, já que possui baixa dosagem hormonal. Contém etinilestradiol e gestodeno, sendo um contraceptivo oral combinado. O seu cronograma inclui a ingestão de um comprimido diário durante 21 dias, seguido de um intervalo de 7 dias.
Elani
O Elani Ciclo é combinado com 3 miligramas de drospirenona e 0,03 de etinilestradiol. Possui 21 comprimidos e, de acordo com a bula, além da ação contraceptiva é indicado para quem desenvolve acne, seborréia e retenção de líquido por fatores hormonais. Também há o Elani 28, que possui 28 drágeas e é indicado para uso contínuo.
Iumi
Com baixa dosagem, contém 0,02 miligramas de etinilestradiol e 3 de drospirenona, que por ser um derivado diurético pode evitar a acumulação de líquido e o inchaço. Tem 24 comprimidos que precedem um intervalo de 4 dias.
Level
A sua fórmula contém levonorgestrel (derivado da progesterona) e etinilestradiol. O uso pode acarretar em oleosidade, acne e aumento dos pelos no corpo, mas também fornece benefícios como o mantimento da libido para quem tem este factor afetado pelo uso de pílulas. Possui 21 comprimidos que antecedem a pausa de sete dias.
Mercilon
Possui desogestrel e etinilestradiol em baixa quantidade, ajudando na saúde da pele. Contém 28 comprimidos de uso contínuo e evita que a mulher menstrue.
Microvlar
O seu baixo valor faz com que seja um dos anticoncepcionais orais mais usados. Possui 0,15 miligramas de levonorgestrel e 0,03 de etinilestradiol. Os seus 21 comprimidos ajudam a evitar a gravidez e ainda controlam o fluxo menstrual abundante.
Selene
Possui o mesmo tipo e quantidade de hormônios do Diane 35, sendo indicado para pessoas com acnes, muitos pelos no corpo e ovários policísticos.
Setzza
Pílula combinada com acetato de nomegestrol, semelhante à progesterona, e estradiol, que é o estrogénio na sua forma natural. Possui 24 comprimidos ativos e 4 placebos.
Siblima
Possui baixíssima dosagem hormonal, contendo 0,060 miligramas de gestodeno e 0,015 de etinilestradiol. É composta por 24 comprimidos e a pausa entre cada cartela é de 4 dias.
Tamisa 20 ou 30
Possui os mesmos compostos que o Siblima, mas apresenta-se em dosagens diferentes. Além de 0,075 miligramas de gestodeno, o Tamisa 20 conta com 0,02 de etinilestradiol e o Tamisa 30 contém 0,03 do mesmo hormônio, sendo que a quantidade deve ser escolhida com orientação médica. É uma cartela com 21 comprimidos e sete dias de pausa.
Yasmin
Semelhante ao Elani Ciclo, contém 21 comprimidos e sete dias de intervalo.
Yaz
Tem a mesma fórmula e ação que o Iumi e conta com 24 comprimidos que precedem uma pausa de 4 dias.
Qual a pílula anticoncepcional que engorda?
A ideia de que anticoncepcional engorda não é, exatamente, verdadeira. Estes compostos não mexem com a balança diretamente, mas podem aumentar a retenção de líquidos, deixando a mulher inchada, o que causa a impressão de que está mais acima do peso.
“O excesso hídrico em mulheres pode ter influência hormonal, principalmente de estrogénio e progesterona.
Qual não engorda?
Ainda segundo o médico, fórmulas com pouco estrogénio e progesterona – que geralmente contém a drospirenona, substância com ação diurética – na teoria causam menos retenção de líquido, mas ainda assim não é possível afirmar, pois cada organismo possui uma reação.
Qual o melhor para cada efeito desejado?
Apesar de algumas desvantagens, a pílula anticoncepcional pode trazer benefícios para a pele e amenizar doenças de cunho feminino:
Para acne
De acordo com o ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior, as indicadas para amenizar casos de acnes são as que possuem poder antiandrogénico, ou seja, que inibem hormonas que estimulam e fazem a manutenção de características masculinas no corpo.
Compostos combinados com ciproterona e progesterona são boas opções. Estas hormonas estão presentes em nomes comerciais de anticoncecpcionais como Diane, Selene, Diclin, Artemidis e outros.
Para ovários policísticos e endometriose
Qual pílula usar é uma das principais dúvidas sobre endometriose. Caracterizada pelo escape de células da mucosa que recobre a face do útero, chamada de endométrio, para fora da cavidade uterina, a doença pode ser amenizada com o uso de anticoncepcionais combinados. O mesmo vale para ovários policísticos, problema hormonal que dilata os ovários e propicia cistos. Fórmulas com estrogénio e progesterona inibem a ovulação e a produção de hormonas, o que controla os sintomas destas doenças.
Para quem amamenta
Quem está amamentando pode usar pílula anticoncepcional 40 dias após o parto, mas há restrições. O ideal é evitar compostos que contém estrogénio, hormona que diminui a produção de leite materno. Portanto, as lactantes devem escolher contraceptivos orais que possuam apenas progesterona.
Quanto aos compostos combinados, que unem estrogénio à progesterona, as mulheres que amamentam podem usá-los após o sexto ou sétimo mês pós-parto, quando passam a não influenciar a produção de leite.
Para pele
Os melhores tipos de anticoncepcionais para a pele são os que possuem ação antiandrogénica, ou seja, que controlam o aparecimento de características masculinas no corpo das mulheres e consequentemente ajudam a reduzir oleosidade, acne e presença de pelos. Compostos com ciproterona, desogestrel e clormadinona possuem essas características.
Para quem nunca tomou
Não é possível determinar qual é o melhor tipo de hormona para quem nunca tomou anticoncepcional sem consultar um ginecologista, já que cada organismo tem as suas próprias peculiaridades e reações, como acne, cólicas menstruais intensas e obesidade. Porém, alguns especialistas indicam começar com uma pílula de baixa dosagem, que contém pouco hormônio, e caso não surjam efeitos, apostar em uma mais forte.
Qual tem menos hormonas?
Entre os anticoncepcionais mais usados há vários tipos de dosagens hormonais, sendo que as mais baixas apresentam menos de 0,03 miligramas de etinilestradiol, que é o estrogénio sintético.
Porém, de acordo com o obstetra e ginecologista Élvio Floresti Junior, não é porque uma fórmula tem menos hormônio que também possuirá menos efeitos colaterais. O ideal é visitar um médico que poderá ajudá-la a escolher o tipo de pílula ideal para ti.
Entre as pílulas com baixa dosagem de etinilestradiol (estrogênio) estão Iumi, Allestra 20, Diminut, Siblima, Tamisa 20 e Mercilon.
Pílulas mais perigosas
Assim como a dosagem de hormonas, a classificação de pílulas melhores ou piores é controversa, pois a escolha do medicamento deve ser individualizada de acordo com as características, hábitos e preferências de cada mulher.
Por exemplo, mulheres fumadores devem ter atenção ao usar contraceptivos orais, pois esta combinação pode aumentar o risco de coágulos no sangue.
Mesmo assim, há pesquisas que indicam efeitos secundários graves relacionados a alguns anticoncepcionais. O órgão americano que regula a distribuição de medicamentos, Food and Drug Administration (FDA), informou em 2012 que mulheres que tomam pílulas com drospirenona têm mais risco de trombose. Seria o caso dos remédios Yaz, Yasmin e Elani.
O ideal é sempre se informar com um médico para decidir o melhor tipo de método anticoncepcional para ti.
Trombose
A trombose é o pesadelo das mulheres que tomam pílula, sendo um dos principais motivos pela procura de outros métodos anticoncepcionais. A condição ocorre pela formação de coágulo nas veias, geralmente nos membros inferiores, que bloqueia o sangue causando dor e inchaço. Todavia, o verdadeiro perigo é quando este coágulo se solta e viaja pela corrente sanguínea, podendo parar em órgãos como o pulmão e o cérebro, em um processo chamado embolia, que pode levar à morte.
Combinadas com estrogénio podem aumentar a chance de desenvolver esta doença, já que os seus efeitos podem interferir no fluxo sanguíneo. Entre as principais pílulas com essa formulação estão Selene, Diane, Iumi, Allestra, Yasmin, Elani, Belara, Ciclo 21, Level, Mercilon, Microvilar, Stezza, Siblima e Yaz. Porém, o risco é pequeno. De acordo com o ginecologista Élvio Floresti Junior, a ocorrência de trombose na população normal é de 2 a 3 casos a cada 10 mil habitantes, já para quem faz uso de comprimidos combinados o índice passa para 5 a 9 casos.
Ainda segundo o especialista, o ideal é observar se a mulher possui fatores de risco, como tabagismo ou histórico de doenças vasculares na família e, na presença dessas contraindicações, optar por uma fórmula apenas com progesterona ou por outros tipos contraceptivos, como anel vaginal, DIU e anticoncepcional injetável.
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Riscos: quais os outros?
Assim como outros métodos contraceptivos, a pílula pode causar efeitos colaterais como dores de cabeça, azia, mal-estar, retenção de líquidos e até mesmo diminuição da libido. Estes efeitos ocorrem a curto prazo. Segundo o doutor Élvio Floresti Junior, o que mais deve ser posto em cheque são os efeitos a longo prazo causados por pílulas combinadas.
O uso de estrogénio por muitos anos pode aumentar o risco de problemas vasculares, como trombose, principalmente se a mulher já tiver outros factores de risco como diabetes, tensãoalta, seja fumadora ou obesa.