Vacina de Harvard contra cancro poder conter 100% dos casos em testes iniciais.

A vacina de Harvard contra cancro poder conter 100% dos casos em testes iniciais. Muito aguardadas, vacinas contra o cancro são vistas pela comunidade científica como promissoras para pacientes da doença no futuro – e essa ideia se fortaleceu ainda mais agora conforme, de acordo com estudos científicos publicados recentemente, uma nova e inovadora formulação se mostrou 100% eficaz quando aplicada em camundongos doentes.

Desenvolvida em 2009 pela Universidade de Harvard (Estados Unidos), a formulação original da vacina contra cancro foi criada com moléculas tiradas de tumores e chamadas de antígenos associados ao tumor (TAA). Ao ser aplicada próximo a um tumor, a formulação “chama a atenção” do organismo para ele, formando então uma resposta imunológica e fazendo o próprio corpo combater a doença.

Este tipo de formulação, no entanto, é especialmente complicado; conforme explicou Alex Najibi, coautor de um estudo sobre o tema publicado em novembro de 2020 no periódico científico “Nature”, a lista de TAAs catalogados é curta, o processo para fazê-lo é trabalhoso e é difícil prever qual antígeno traria a melhor resposta imunológica em cada um dos caos.

Com isso, foi criado então um “atalho” na formulação da vacina pela combinação de drogas quimioterápicas e elementos da imunoterapia. Neste caso – que foi o foco do estudo –, a droga doxorrubicina foi “turbinada” com um peptídeo chamado iRGD, conhecido por penetrar tumores, e combinada a um componente de imunoterapia chamado de Fator Estimulador de Colônias de Granulócitos e Macrófagos, capaz de estimular a concentração de células de defesa do organismo e iniciar a resposta imunológica.

O composto foi então desafiado em testes em ratos com câncer de mama do tipo triplo negativo que, segundo o estudo, não costuma responder bem à imunoterapia ou à quimioterapia administradas de forma convencional. Isso porque, ao mesmo tempo em que este tipo de tumor imita a ação da atividade imunológica na área em que está, a quimioterapia pode não ser efetiva em prevenir metástase ou reincidência.

Além dos camundongos que receberam esta formulação de quimioterapia turbinada com o peptídeo e a imunoterapia, um segundo grupo de animais recebeu somente a quimioterapia, enquanto um terceiro recebeu a combinação da quimioterapia apenas com o peptídeo e um quarto grupo não foi tratado – e a comparação de resultados demonstrou que o primeiro grupo teve uma penetração melhor do remédio no tumor, mais morte de células cancerosas e menos metástase.

Na sequência, os especialistas decidiram incluir na fórmula ainda outro componente: o material genético de uma bactéria conhecida por melhorar a resposta imunológica. Camundongos que receberam estas vacinas demonstraram um crescimento tumoral significativamente mais lento e mais tempo de vida que os outros – algo seguido de um teste que “imita” a forma como a vacina seria usada em seres humanos.

Eficácia

Após terem os tumores retirados, os camundongos receberam uma dose da vacina perto de onde os nódulos estavam e apresentaram uma redução significativa de recorrência, bem como uma velocidade mais lenta de crescimento dos tumores. Na sequência, foi aplicada nos animais uma injeção de células cancerígenas – e, diante deste desafio, 100% dos animais que tomaram a vacina sobreviveram sem metástase, o que significa que o método foi eficaz em conter o avanço da doença.

Em humanos, a vantagem da vacina seria “cortar caminho” no tratamento do cancro, evitando os efeitos colaterais da quimioterapia e permitindo que o próprio sistema imunológico do paciente tenha um acesso melhor ao tumor. O time de pesquisadores espera que mais estudos possam otimizar o processo e, assim, seja possível iniciar os testes da vacina contra cancro em humanos.

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