Depois dos 30…, meio que ligas o botão do cansei para muitas coisas. Não é que a vida esteja uma seca e que já não vejas graça em tudo, mas a tua percepção de mundo está diferente. O teu modo de encarar relacionamentos é ainda mais selectivo. E o humor? Bom, o humor varia dependendo da disposição no momento.
Depois dos 30 nem toda sexta-feira é motivo para uma saída. Às vezes queres apenas ficar na cama, maratonando alguma série e se alimentando das melhores porcarias. E aquele churrasco de sábado?
Até sendo tudo libertado dispensas em algumas oportunidades. O corpo pede mais um dia na piscina, uma praia no fim da tarde ou um continuar na cama para terminar a maratona de sexta. Quanto ao domingo, na maioria das ocasiões, domingo é o dia do sagrado descanso. Em outras palavras, é o dia de vegetar faça chuva ou faça sol. Só te levantas para comer e atender o chamado da mãe natureza.
A vida depois dos 30 também muda para certas atitudes. Alguns mitos são derrubados. O ficar em silêncio quando algo ou alguém te incomoda? Sem chance. Viras e falas na cara. Não tens mais o jogo de ficar a guardar-te para dizer depois. Claro que, dependendo da pessoa e da situação, ou falas do jeito fofo e empático, ou chega chutando o balde. Porque paciência depois 30 é negócio complicado de praticar. É entoar vários mantras por dia para não perder o controle e dar um chá de sumiço porta afora.
O mesmo vale para os relacionamentos amorosos. Depois que passas dos 30, o amor não é um sentimento que ganhas e trocas quando quer. Levas tempo para que ele encontre aconchego no teu peito, assim como também leva tanto quanto para que ele vá embora.
Sentes demais. Para bem e para o mal, o amor é um processo. A maturidade emocional depois dos 30 não comporta amores rasos e muito menos amores com requintes de crueldade. É respeitando o individual que o amor de dois soma.
E o profissional? Esse é o Calcanhar de Aquiles de quem já passou dos 30. Alguns trabalham com o que gostam. Outros não tem essa sorte. Mas, e tu não podes discordar, é que depois dos 30 tanto faz se trabalhas ou não com o que gostas. Há dias em que é uma bosta ter que levantar da cama para pagar as contas no final do mês.
Até queres sentir vontade de ir e mostrar serviço, mas há horas que pensas – Ah, se eu ganhasse no Euromilhões…!
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A verdade é que a vida depois 30 anos é uma ciranda de perdas e ganhos. É um ciclo de fins e começos. Não tem uma resposta certa além daquilo que sentes dentro do coração. Cansas e muitas vezes dá vontade de sentar no chão e chorar. Mas segues. Continuas. Porque, depois dos 30, já apanhaste tanto da vida que qualquer instante de paz e harmonia é um lembrete de gratidão por ter chegado nessa fase.
E vais levando…